terça-feira, 11 de abril de 2006

À nossa crítica de arte

Não sou o que mais sabe de arte. Sim, isso é uma defesa, e prévia, pois evito, recuso e me insensibilizo a qualquer crítica a esta. Também não sou quem mais sabe de crítica, só sei que os que críticos, por mais saberem de arte (!) são todos, sempre, chatos, redundantes e idênticos. E que nós, brasileiros, achamos que porque vimos ou ouvimos, sempre emitimos opiniões válidas. Macacos me mordam (literalmente)!
Ao ler a Folha de São Paulo de hoje, me deparei com a “intervenção urbana” de Lourival Batista. “Varal” é constituído de um varal de 30 metros esticado no meio do Parque do Ibirapuera em São Paulo. As reações dos transeuntes culpam os mendigos, recriminam a segurança municipal, desclassificam a peça com “não acho que isso seja arte”. O grande problema do brasileiro, como insisto há algum tempo, é essa mania de achar que pode opinar sobre tudo. Quem é esse monte de gente que acha que pode falar alguma coisa? Claro que estou nesse bolo, mas não fico me metendo à besta.
É insuportável essa mania de querer opinar sobre tudo. Como animais selvagens, e coitados dos animais, nos rebelamos aos montes para “fazer crítica de arte”, tem coisa mais primitiva e ignorante que isso? O pior é que tem. Acharmos que estamos fazendo crítica de arte e sabemos de alguma coisa ao falar qualquer coisa sobre coisa nenhuma. Crítica de arte feita pela mocinha que outrora pediu para a mãe fazer a tarefa de casa da matéria de educação artística na escolinha, acha que música clássica é frescura e não entende nem um varal estendido em pleno parque da cidade com o título escancarado de “INTERVENÇÃO URBANA”.
E tem todos os dias, é só abrir o jornal, todo jornaleco tem seu caderno de cultura e dentro tem alguém chamado de crítico de arte que fala de cinema num dia, teatro no outro e música depois, e se der tempo de artes plásticas também. Sabe de tudo um pouco, mas não gosta de nada. Um dia desses abri um jornal de uma cidade perto de Curitiba e li sobre um filme qualquer o seguinte: “Filme sem luz e deixa a desejar na hora H”. Dispenso comentar.
Quem fala qualquer coisa, vira qualquer coisa.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

se começar a falar de política, já te dou o apelido - Diego Mainardi.

A crítica ficou muito legal Diego. Por isso a referência com o Diogo Mainardi que é pra mim o melhor crítico sobre qualquer coisa do Brasil.

Abs !!!

10:07 AM  
Anonymous Anônimo said...

se começar a falar de política, já te dou o apelido - Diego Mainardi.

A crítica ficou muito legal Diego. Por isso a referência com o Diogo Mainardi que é pra mim o melhor crítico sobre qualquer coisa do Brasil.

Abs !!!

10:07 AM  
Blogger aiatolaabacate said...

post digno de quem imitava o paulo francis já na primeira série.

2:57 PM  

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