quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Courbet no Grand Palais


Eu me lembro como se fosse hoje quando meu pai me levou ao MASP pela primeira vez, me chamou atenção ainda pequeno seu comentário de que era um grande privilégio vermos certas obras expostas pois nem sempre estavam a disposição do público, apareceriam somente em mostras ou exibições especiais como aquela. Pouco entendi daquilo, pois não havia cabimento o que minha imaginação produzia, uma sala fechada, com luzes apagadas, abrigando muitos quadros, um de frente para o outro sem que nem mesmo os guardas ou funcionários pudessem vê-lo ao entrarem na sala para fazerem qualquer coisa, por que não ficavam sempre expostos? Minha dúvida foi crescendo comigo e virou adolescente, rebelde, e não entendia porque um museu compraria tantas coisas para não expô-las? "Que desperdício!" - eu imaginei há poucos anos atrás quando me lembrei novamente daquilo, e esses pensamentos me consumiram até hoje, hoje: dia trinta e um de outubro de dois mil e sete, quando abri a Folha de S. Paulo e vi que no Grand Palais em Paris estão expostas obras de Gustave Courbet, e entendi. Meus amigos, o problema é falta de parede, escassez de parede, tem muito quadro para pouca parede. É só isso e mais nada, simples como economia.