sábado, 4 de setembro de 2010

O poder das palavras


A eleição presidencial parece já estar definida e junto com ela selados nossos próximos quatro anos. Economicamente gozamos de uma austeridade perecível, mas real, trazida por um superaquecimento da Indústria nacional e do crédito que nos trarão crescimento nos próximos anos. Isso não se discute. O que é assustador é o poder das palavras em um país que sofre de um mal crônico, a ignorância. A falta de educação.

A guerra eleitoral, acontece em todos os países da mesma forma, sob a forma de acusações desavergonhadas dos agora inimigos nas urnas. Futuros aliados, assim se sabe.

"Sempre houveram vazamentos na Receita" - diz o ministro munido de toda filosofia que aprendeu. "Chega de paz e amor, vamos à guerra" - diz o candidato da oposição ao governo. "A campanha deles mente" - diz o governo atual.

Atacar, defender, para que um ganhe e outro perca em eleições, isso é essencial à disputa, à democracia, à liberdade de expressão dos candidatos e ao exercício de se dizer o que se pensa. O problema é como se utiliza da liberdade e das palavras sobre pessoas que mal sabem ler ou escrever. Os candidatos à presidência hoje agem como se o povo fosse politizado e entendesse tudo o que se passa, e parece que sem intenção alguma. Até mesmo os partidos tido como populares estão contaminados com a politicagem e esqueceram da democracia. Sem educação, sem conhecimento, sem se saber realmente as opções de escolha, não existe exercício de liberdade ou democracia, nem para quem se candidata tampouco para quem vota.

Por isso não existe governo para o povo, pois não há povo. Não há escolha. O que há são palavras soltas e ditas para se manter o poder de um ou conquistar o poder por outro.

Imagem: "Reunión en el Pentagono I-V" (fragmento) de Oswaldo Guayasamín