sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sururú

Estou de férias em Alagoas. Perto da casa onde passei a minha infância foi inaugurado um resort. Pequeno, com 23 suítes. A diária mais barata custa mais de 1500 reais. No começo da semana decidi conhecer o hotel, entrei com o carro, logo um manobrista me recebeu e na beira da escada me esperava um jovem trajado em bermuda e camiseta cáqui. Fomos conduzidos por ele, responsável pela comunicação da empresa, conhecemos desde o lobby até uma suíte, passando pelo spa, restaurante, piscinas e bares. Tudo muitíssimo bem decorado, apesar de não ser um entendedor de decoração, me senti extremamente bem, me hospedaria lá sem dúvidas, não fosse pela diária mínima.

Os locais apostam no fracasso. Tudo muitíssimo caro. Dizem eles. Para nós. Digo eu. Em primeiro lugar, um hotel em Alagoas, teoricamente, não é para quem mora em Alagoas. Em segundo lugar, um hotel com uma diária mais cara que 1500 reais é para quem está disposto a pagar, assim como quem prefere pagar um pouco a mais por um BigMac ao invés de pagar um pouco menos pelo Xis-Tudão da carrocinha da esquina de casa. Em terceiro lugar, não são 1500 reais, são aproximadamente 500 euros.

O empreendimento tem excelente serviço (ao meu primeiro sentimento, pois seduzido fui jantar uma noite após minha visita guiada no restaurante que funde a tradicional culinária portuguesa em cataplanas com elementos da gastronomia típica nordestina), elementos sofisticados de pequenos hotéis e spas europeus (os investidores são portugueses), um conceito radicalmente diferente do que o Brasil tem para oferecer aos turistas e uma localização fantástica (tanto pela beleza da praia quanto pelo clima que não baixa dos 19 e não passa dos 31 graus Celsius).

É pioneiro no super luxo na região e foge do conceito de número de estrelas, é mais um sinal de que o Brasil acorda, e por inteiro, para o Mundo como um destino, de dólares, euros e gente que poderia ir para Saint Barthelemy, mas agora pode escolher uma cataplana com sururú na Barra de São Miguel.

2 Comments:

Blogger Adeodato Volpi Netto said...

Este comentário foi removido pelo autor.

11:24 AM  
Blogger Adeodato Volpi Netto said...

Diego,

Alguns estudos afirmam que existem 3 mercados que são perenes e sempre terão seu espaço.
1 - Alimentação básica e suprimentos essenciais
2 - Saúde
3 - LUXO

Eu não tive o prazer de conhecer esta região específica, mas estou certo que o nordeste brasileiro será neste ciclo de 7 anos que inicia agora, até o final das Olimpíadas em 2016, um dos destinos de LUXO mais desejados do mundo!

Lembra da Pirâmide de Maslow? O luxo e o status estão lá em cima... e para muuuuuiiita gente, esta é a essência da batalha da vida!

Dá-lhe Sururú

Abs

11:25 AM  

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