quarta-feira, 1 de julho de 2009

Como fazer a tacanhice prevalecer e intimidar pessoas

O governo hondurenho foi derrubado, só que o golpe mais duro é no entendimento. Que transforma o presidente legítimo Manuel Zelaya em um mártir democrático. Nem de perto essa é a melhor classificação de Zelaya. Mas um erro não se justifica com outro, e golpear um governo como o dele não parece ser a melhor solução. O então presidente manobrava os meios públicos a favor de si mesmo, de sua aprovação popular. Aparentemente e de forma drástica fez o que não queria, atraiu a atenção internacional para Honduras. Hugo Chávez aproveita, óbvio.

O governo interino acusa Zelaya de atos inconstitucionais. O povo hondurenho inflamado e inspirado na onda iraniana de protestos, arregaça as mangas e tenta depôr os golpistas, formado por um misto de militares, poder judiciário, empresários e Igreja. O mesmo povo, antes do golpe, continha em si menos de 30% de aprovação. Parece que a paixão e o calor do momento fez essa gente enxergar em Zelaya um herói democrático, que em uma tentativa de manipular a opinião pública de seu país criou uma situação caótica. Hoje, o governo interino suspendeu os direitos civis por 72 horas. Um "Mini-AI-5". Honduras dá uma aula de retrocesso. Assim como não existe mulher meio grávida, não existe meia ditadura.