A menina de Pernambuco

A mídia sensacionaliza o fato dessa menina de nove anos que, estuprada pelo padastro, teve aborto autorizado pela Justiça e condenado veemente pela Igreja Católica.

A Igreja age pelo seu dogma e há séculos o dogma católico está distante das convenções sociais. A imprensa com o falso propósito de informar pergunta à Igreja, sabendo da resposta, para, é claro, criar um caso de terror. Funcionou.

O problema da violência infantil e o drama social das famílias que sofrem com coisas desse tipo é esquecido, não há qualquer discussão sobre isso ou aquilo, só se fala nas palavras do padre. Perde quem discute o indiscutível, pois o real problema reside em assunto muito menos vendável, o de uma menina pobre que convive com um doente mental casado com sua mãe. Disso ninguém quer falar.