segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O brasão de armas de Curitiba

Ontem ao ver o brasão de Curitiba em uma placa de obra da prefeitura percebi um traço do que não existe mais. A cidade fundada no século dezessete tem um brasão de armas normal com a simbologia das culturas agrícolas predominantes à época e algo típico, no caso hastes de trigo e um ramo de pâmpanos (pâmpano - s.m. Haste da videira coberta de folhas e de frutos.), ambos ao natural, e ao centro uma Araucaria angustifolia, ou Araucária, ou pinheiro-do-paraná. O que me deixou maravilhado foi que logo abaixo das faixas que mostram o nome "CURITIBA" ao centro e a data da fundação dividida em dia e mês de um lado e ano do outro aparece um pedaço do ramo de pâmpanos, sim, uvas sobram e invadem o brasão em abundância, parecem estar onde não poderiam.

O design de logomarcas tem sido chato com letras retas, iniciais minúsculas, cores quentes de um lado, cores frias do outro, não se vêem mais marcas como a do Prêmio Colunistas, tudo é reto, seco, com fim, simples de ser desenhado, copiado, imitado, reproduzido, 'muito mais prático' me diria um gerente de marketing, mas e a graça? Usemos Corel Draw e Photoshop então, esses copiam e colam tudo que o ser humano pode ver. As uvas que sobram no brasão de Curitiba lembram o tempo que não existia clipart e se gastava tempo discutindo detalhes, aqui de um símbolo, porque na vida essas coisas podem durar tempo, no caso do brasão de armas de Curitiba, são trezentos e quinze anos para trás, e mais para frente.