Lição de casa para o engenheiro civil
Alguns falam em bolha no setor de construção civil, mas não acredito pelo déficit habitacional, expansão da Indústria e demanda reprimida dos últimos vinte anos. O que acredito é que o mercado está extremamente aquecido, como escrevi antes aqui. E os profissionais, os executivos do segmento, estão prontos para surfar esta onda? Podemos dizer ao mercado “pode vir quente que estamos fervendo”? Há dúvidas.
Profissionais como azulejistas ganhando mais que alguns executivos de média gerência provam que o Brasil está a caminho daquele cenário que vemos em países desenvolvidos, base da sociedade tendo acesso ao consumo e a benefícios antes somente das classes mais altas. Isso é bom para a economia, o que não é bom é que algumas empresas não aceitam a lei da oferta e da demanda, ou seja, precisa-se de gente mais qualificada, essas pessoas são escassas, as margens apertam, mas os faturamentos crescem e os salários tendem a subir também.
O que vemos acontecer são empresas tentando contratar profissionais com experiência inferior à necessária para pagar salários menores. O que agora traz reflexos até mesmo na bolsa de valores, com empresas tendo metas muito agressivas para manter seus investidores animados, mas não muito à vontade. Começam então a dar mais responsabilidade para profissionais medianos e acham que compensarão a lacuna de conhecimento com o salário mais alto. Engano.
Chamo a atenção aqui de que os profissionais, executivos do segmento precisam acompanhar a velocidade do seu setor. Vide o exemplo do mercado de tecnologia da informação, em que profissionais jovens investem em conhecimento e se expõem para acompanhar a demanda. As obras residenciais se multiplicam, o Governo lança programas de expansão industrial, ou seja, mais concreto, mais cimento e mais gente. A Fundação Getúlio Vargas apontou que o nível de emprego na construção civil cresceu 1,15% entre junho e julho deste ano, o tempo é implacável.
A lição de casa das empresas, construtoras, incorporadoras está clara, mas e a sua engenheiro? Está sendo lembrada?
Texto publicado na Imóvel Magazine de setembro de 2011: clique aqui para ler no site original
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