O meu livro de matemática da 8ª série
Gosto muitíssimo de cinema, mas sempre fui um adorador da crítica, o papel da crítica é reconstruir de uma forma provocante o pensamento. Amigo meu e ex-professor, Toni, me contou esta semana que deu uma aula propondo uma constante crítica aos modelos dos gurús da administração, e como inventou a Harvard Business School, o método de estudo de caso, sim essa é uma forma de análise que não dá sono. O que acontece de errado em muitos casos é uma generalização de soluções e todo mundo tá careca de saber que o que serve hoje pode não servir amanhã, o que serve aqui pode não servir lá e por aí vai. O grande lance das soluções baseadas em modelos e do que pregam meus ex-professores é que muitos dos problemas têm fundamentos muito mais simples do que parecem se a análise for feita com um olhar no resultado das falhas a serem reparadas e não com base em casos de sucesso sendo copiados literalmente, aí mora o perigo da caixinha mágica que sempre ficaremos tentados a comprar de consultorias por mais cara que seja. A realidade é que mesmo sendo provocado a viver face-to-face com o mercado e duvidar das teorias básicas de administração e de simples modelos matemáticos, se tende a enxergar nos gurús e seus estudos de caso uma nova forma da teoria ligada fortemente à prática, mas o vazio causado pelo exemplo distante ou pela generalização aumenta a chance de se destruir a solução. Entre o livro do gurú e um livro de matemática da 8ª série, sempre vai dar mais sono, mas o da 8ª série parece ter um abismo de oportunidades de geração de soluções muito mais paupáveis.
Foto: Artista do 'Teatro de Fogo' de Belarus treina manobra em Minsk - Vladimir Nikolsky/Reuters
1 Comments:
Numa abordagem original para um problema cada vez mais crescente, pode-se ver claramente que a sociedade do efêmero-urgente-eficiente tende a colapsar se não adotar uma sistematização mais adequada ao perfil dos seres humanos. Na ânsia de obter resultados, tenta-se fazer uso de ferramentas prontas, pasteurizadas ao gosto de cliente, sem que este seja levado a refletir sobre os processos de produção, e o pior, sem capacidade intelectual para fazê-lo. Seguramente se colherão os podres frutos destes tempos insanos. A história é implacável.
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