domingo, 18 de maio de 2008

Ode ao trabalho

De um jeito inconsciente e inspirado nos que me são exemplo percebi que o trabalho salva, salva o homem de suas incapacidades, em todos os sentidos de como um homem pode ser incapaz. No meu primeiro emprego aprendi que o trabalho tem em todos os seus milésimos de segundo poesia maior que a boemia, basta viver como se aquele dia fosse a penúltima página do melhor livro que já se leu e depois lembrar como o melhor final de tarde na praia. Pode haver, e deve, gana.
Acho uma cretinice o amor sem fim ao trabalho, dou exclusividade para minha matogrossense de pernas compridas. O trabalho por mais lúdico e íntimo que seja tem seu momento de nojo. As conquistas através dele, a forma como ele salva, a intensidade e curiosidade com que se viveu e o sabor que existe em sua lembrança fazem do trabalhador um vivente, um Van Gogh antes de cortar a própria orelha.
Foto: Fotógrafos se aglomeram na entrada para a premiére de "Blindness" no festival de Cannes 2008 - Valery Hache/AFP.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

A variedade se sentimentos que o trabalho traz é impressionante. Nojo, paixão, poesia e salvação. Todos os sentimentos humanos são experimentados em quem trabalha. Algumas vezes é visto como um sacrifício, mas podemos defini-lo como a maneira mais intensa de viver que já inventaram. Primorosa a comparação com a boemia, mundo de ilusões e de hostilidade, disfarçada de glamour e delícias.

12:37 AM  
Anonymous Anônimo said...

Tenho lido teu blog. Achei alguns pontos ou conclusões tuas bem interessantes, pois crias paralelo com o antigo, com o ontem e com o hoje deixando uma bela curiosidade ao amanhã.
Assim como, é bem lembrado que os métodos matemáticos e porque não dizer os científicos, sempre são baseados na velha regra de 3.
Quer coisa mais linear que isso?
Me fez lembrar também, os idos tempos da inesquecível rua Xavier Ferreira em P.Alegre onde éramos vizinhos de frente com o Dr.José Luiz de Orleans e Bragança, que ouvia música clássica em altos brados e sua porta era com arabescos dourados e nunca pensei que como seria ser, ser da Família Real.
"o homem que não trabalha é um homem que não tem honra".(Belchior)
Um abraço nordestino a esta fria Curitiba.
Beto Godoy

1:19 PM  

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