TOCA RAÚL, ED MOTTA!
Certamente
Ed Motta havia tomado um vinho a mais ou um comprimido a menos quando desaguou
seu preconceito no Facebook.
O
cantor que internacionalmente é aclamado com um grande jazzista está de saco
cheio de subir aos palcos (aos melhores do mundo, a propósito) e ouvir uma turminha
gritar para ele tocar Raúl. Essa mesma turminha que pede para ele tocar Raúl,
se morasse no Brasil não ouviria Ed Motta, ouviria o Lepo-Lepo. Como ouve o
Lepo-Lepo lá fora também.
A
turminha do Brasil que mora fora, com exceções, é complicada. Quer lembrar do
nosso Brasilzão, quer tanto lembrar que não esquece de falar português, não
aprende inglês, espanhol, nada direito. E isso irita o Ed Motta. Porque o cara
estudou, trabalhou, fez um baita esforço para aparecer na cena internacional e
aí aparece uma turminha tomando Skoll e gritando pelo Curíntia. Não tem nada de
errado em tomar Skoll e gostar do Curíntia, mas não tem nada a ver com o show
do Ed Motta.
Eu
adoro churrasco, como uma vez por semana. Já falhei mais de 10 vezes na
tentativa de ser vegetariano. E eu gosto mesmo é de rodízio. Quanto mais
esfumaçada for a churrascaria melhor, porque mais perto do fogo estou sentado.
Mas se eu vou a Roma, faço como os romanos. O Ed Motta acha um saco quem chega
em Nova Iorque e procura a churrascaria brasileira. Eu também acho. Por isso,
mesmo com um vinho a mais ou um comprimido a menos, deixa ele tocar o jazz dele
em Paris, falar inglês e ser feliz assim. E o Manoel? Foi pro Céu.
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