sexta-feira, 10 de abril de 2015

TOCA RAÚL, ED MOTTA!

Certamente Ed Motta havia tomado um vinho a mais ou um comprimido a menos quando desaguou seu preconceito no Facebook.

O cantor que internacionalmente é aclamado com um grande jazzista está de saco cheio de subir aos palcos (aos melhores do mundo, a propósito) e ouvir uma turminha gritar para ele tocar Raúl. Essa mesma turminha que pede para ele tocar Raúl, se morasse no Brasil não ouviria Ed Motta, ouviria o Lepo-Lepo. Como ouve o Lepo-Lepo lá fora também.

A turminha do Brasil que mora fora, com exceções, é complicada. Quer lembrar do nosso Brasilzão, quer tanto lembrar que não esquece de falar português, não aprende inglês, espanhol, nada direito. E isso irita o Ed Motta. Porque o cara estudou, trabalhou, fez um baita esforço para aparecer na cena internacional e aí aparece uma turminha tomando Skoll e gritando pelo Curíntia. Não tem nada de errado em tomar Skoll e gostar do Curíntia, mas não tem nada a ver com o show do Ed Motta.


Eu adoro churrasco, como uma vez por semana. Já falhei mais de 10 vezes na tentativa de ser vegetariano. E eu gosto mesmo é de rodízio. Quanto mais esfumaçada for a churrascaria melhor, porque mais perto do fogo estou sentado. Mas se eu vou a Roma, faço como os romanos. O Ed Motta acha um saco quem chega em Nova Iorque e procura a churrascaria brasileira. Eu também acho. Por isso, mesmo com um vinho a mais ou um comprimido a menos, deixa ele tocar o jazz dele em Paris, falar inglês e ser feliz assim. E o Manoel? Foi pro Céu.