terça-feira, 31 de outubro de 2006

Para se eleger vale tudo
Até mesmo
Candidatar um sapo barbudo

Sem título de 29 de outubro de 2006

À janela se observa
Tanta rua e pouca panela
Sem discutir a verdade
Veja o homem
Calçado
Vestido
Alimentado
Remediado
Sem medo
Feliz
Ainda revira o lixo

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Second round tupy

Estamos à beira do segundo turno das eleições para presidente e governadores. A democracia brasileira se consolida, desde 1945 temos eleições legislativas, de fazer inveja à muita sociedade. Mas, parafrasendo o senador Jeferson Peres em áudio que circulou na internet pouco antes do primeiro turno, o Brasil podia não ter nada, mas que tivesse uma classe intelectual mais decente, que ao invés de criticar ao léo, propusesse, e uma elite mais consciente que enxergasse além do portão do condomínio. A classe política se molda a realidade da sociedade que a elege, por isso temos o presidente que temos, um retrato da sociedade brasileira. O povo se entende.
O voto não é direito, é dever, e quem deve não teme.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Fico triste
Fico contente
"Tu já viste?
O Brasil sem presidente?"

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Relógio sueco

O empresário paulistano Renato Hordi, um dos maiores da construção civil no mundo citou em entrevista hoje à uma rádio que sua preocupação com o setor cresce. Iniciou dizendo-se preocupado com o setor no Brasil já que o preço médio do metro quadrado desce enquanto as contingências trabalhistas sobem. Mas o tema central foi a crítica sofrida por ele devido à sua conhecida extravagância que no último ato resultou na instalação de um relógio no quadragésimo terceiro andar de seu último empreendimento na cidade de Gotemburgo, Suécia. O que levou a Liga Sueca de Arquitetura (SAL, sigla em sueco) a pronunciar-se publicamente demonstrando interesse em processar a empreiteira nórdica de Hordi "por instalar um relógio no qual ninguém pode ver as horas" por ficar tão alto. O rei brasileiro do concreto armado responde sem medo de ofender defendendo seu setor: "Só o amor constrói".

domingo, 15 de outubro de 2006

Grife

Domigo passado (08/10) no caderno Mais! do jornal Folha de São Paulo, Romero Britto foi entrevistado, analisado e criticado. Criticado sempre de forma negativa, já que não se confia no que ele produz. Da mesma forma não confio porque acho insossa sua forma. Mas quero falar do modo como Britto parece se entender, pois é lindíssimo conseguindo trazer à tona a ganância do self-made-man americano e deixando de lado todo o medo de ser cutucado, até porque mora em Miami. Sou defensor da corporação, mas cada vez mais racional e claramente (cada vez mais me parece que o disfarce é o grande mal da nova época). Em um tempo onde arte se tornou egoísmo e se exclui do comércio pois já é destorcida quando criação em escala (lê-se Mark Kostabi), nada que vejo ultimamente serve como Britto de grife deluxe.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

O Nobel da Paz é de Muhammad Yunus

Hoje foi anunciado Muhammad Yunus como o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006. Yunus é o criador do banco Grameen (que significa povoado, provavelmente em hindi) que criou em Bangladesh o conhecido "microcrédito" já exportado para cerca de quarenta países. O prêmio a um banqueiro abre a aba econômica do Nobel da Paz que só havia sido concedido a personalidades envolvidas com direitos humanos e meio ambiente.
O prêmio é um sinal de que o mundo anda na direção da compreensão da atividade econômica como centro das discussões, até mesmo nas áreas mais adversas aos modelos liberais aplicados nas esferas social, econômica e política na maioria dos países. A inclusão social já não é vista como algo em destaque da inclusão econômica. Yunus prova que existe saída sem lugar para utopia e contrário ao populismo disfarçado de esquerda cada vez mais forte nos países latino-americanos. Em frente ao prêmio resta às elites a tomada da frente da sociedade com ações políticas voltadas para a inclusão sócio-econômica que parece assustar somente àqueles que ainda dormem desde os fins do século dezenove.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

A nova geração que nasceu há menos de 10 anos não sabe o que é inflação. Fico realmente impressionado com essa maravilha econômica da ausência de uma força tão destruidora quanto a inflação. O milagre da não perda, a magnífica existência de estabilidade dos preços é surpreendente e tudo graças a um plano infalível. Isso se partirmos do princípio de que planos infalíveis não vêm a falência, mesmo que o objetivo do plano seja falir coisa algures. Sem pestanejar me pergunto, o Brasil ainda não certo porque somos pobres ou somos pobres porque o Brasil ainda não deu certo?
A ciência ensina
Não existe mais
Doença sem vacina

terça-feira, 10 de outubro de 2006

cacararacacá
quequererequequé
quiquiririquiquí
cocororococó
cucurucucuc*

terça-feira, 3 de outubro de 2006

O escafandro ainda existe

No dia 23 de outubro deste ano fará 100 anos que Alberto Santos Dumont voou cerca de 60 metros a uma altura de 2 a 3 metros. Amigo pessoal de monsieur Cartier, “inventou” o relógio de pulso quando encomendou um relógio no qual pudesse ver as horas enquanto voava, era tempo do relógio de bolso, que ainda existe romanticamente. Escrevo este texto motivado pela admiração que tenho por ele, por tudo, desde criança com o 14-Bis até hoje à tarde quando descobri que na casa de campo projetada por ele em Petrópolis, RJ não existe cozinha pois preferia pedir comida de um hotel próximo, certamente “inventou” o delivery no Brasil mas com a classe do berço aristocrata mineiro da república do café com leite.

Ao inventar o relógio de pulso, o delivery e o avião (glup!) imagina que a própria genialidade sacia. Assim como Jacques Cousteau que ao inventar o acqualung não tinha intenção de acabar com o escafandro, apenas pelo acqualung. Dumont não inventou, ele foi, e não foi pelo futuro, foi pela existência.