sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Não se junte aos chatos

OK, nós todos sabemos que o Governo vai mal. Aumentou os impostos, escancarou a Petrobrás, não investiu em energia, enfim, fizeram o diacho com o nosso país.
O que eu não aguento é ver tanta gente escrevendo, reclamando, chorando, falando coisas sensatas e besteiras, mas no fim das contas não faz absolutamente nada para melhorar nada.

Talvez alguém me retruque dizendo que não pode mudar a cotação do dólar ou não tem tempo para isso. Precisa trabalhar para sustentar a família. Aí é que mora o perigo. Nessa imobilidade. Morrer como cidadão. Ao mesmo tempo em que se lê tanta notícia ruim, tem um monte de gente precisando de gente para formar uma equipe, um comitê, um time, uma empresa, uma organização, uma associação, et cetera, para tentar ou iniciar a resolução de algum problema como a falta d’água, por exemplo.

Reclama da violência, mas já pensou em dedicar 1 hora por semana das 19h às 20h de quarta-feira e fundar o Conselho de Segurança do seu bairro? http://www.conseg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=389

Diz que “o pessoal dos direitos humanos fez isso ou aquilo”, mas não sabe que “os direitos humanos” não são uma instituição, mas uma declaração, e nunca a leu. Recomendo que leia, afinal você é humano (salvo exceções que vivem aqui na Terra, mas vieram de outro planeta). http://www.dudh.org.br/

Discursa horas sobre a falta d’água, mas não pensa em como organizar uma ideia construtiva para despoluir os rios da cidade e trazer uma tecnologia barata e viável para o Brasil. http://www.biomatrixwater.com/
Fala que a cidade está suja, que a companhia de lixos não faz o serviço direito, porém já imaginou separar o lixo no seu prédio e contratar um caminhão que compre lixo reciclável? Ainda por cima gerar receita extra para o condomínio com essa venda? http://www.cipa.com.br/ecodicas/ecodicas07.shtml

Então, peço a todos que antes de curtirem um chato discursando sobre como ele é inteligente e vê o futuro caótico que a vida reserva para ele e todos os outros, pense em como pode mudar alguma coisa. Qualquer coisa. Não se junte aos chatos, nunca.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Atentado ao Charlie Hebdo. O problema é a religião?

Seria se fossemos apenas chatos-de-galochas discutindo sobre crenças opostas ou distantes. Seria se somente discutíssemos.

Quando o primeiro sacana resolveu relacionar religião e discussão territorial, por exemplo, dizendo que essa terra é minha conforme a vontade de algum deus, a religião virou uma coitada no meio de tudo. Vê-se isso hoje, claramente no islamismo e com a “islamofobia”. Fobia já vivida por judeus e cristãos em outros tempos. 

Também não se pode atribuir essas fobias às generalizações. Esses medos são frutos do fato que relacionam religião e problema. Atualmente terrorismo e islamismo, outrora, em outros formatos contraventores com judaísmo e cristianismo.

A maioria do Islã é contra o terrorismo, segundo estudo do Pew Research Center de 28/05/2013. Assim como contra os castigos da sharia. Enquanto isso no Paquistão e Egito segue-se apedrejando mulheres adúlteras. São fatos. Geográficos, sociais e políticos. Não religiosos.

Quem mata em nome de algum deus é minoria, mas espirra a maioria de sangue e exclui seus colegas.

Imaginar os rituais de exorcismo transmitidos ao vivo por canais evangélicos no Brasil sendo substituídos por discursos de ódio é um exercício interessante. Outros cristãos pagariam por isso com preconceito, e o problema não é de ninguém.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Coitadinha da Peppa Pig

Eu e a tevê temos um caso de amor. Semprei gostei de tevê, mas sempre foi mais um namoro adolescente do que um casamento. Nunca dormi com uma no meu quarto, sempre ficamos pela sala, no máximo em viagens de férias ela dormia comigo no hotel, mas voltando para casa era cada um no seu lugar. Quando nos encontrávamos era na sala.

Mas a tevê é uma delícia. Gostosa muitas vezes, em outras esbarrávamos na mesmice de uma longa relação e nada de novo e interessante nela numa sexta à noite. Vínhamos bem, numa relação morna até nascer a minha filha, que por minha influência, se apaixonou pela Peppa Pig e teve como sua primeira palavra “pêpa”. Antes de papai ou mamãe, só deu ela, a Peppa. Estou aqui para defende-la, não a minha filha, mas a Peppa.

Li em diversos perfis do Facebook e em alguns artigos de psicólogos, médicos e professores que a Peppa é uma péssima influencia para os nossos filhos. Por ser mandona, às vezes cheia de birra, ela formará crianças mandonas e cheias de birra. Ela não seria um exemplo a ser seguido. Eu não concordo com isso. Primeiro que acho a Peppa muito querida e educada, segundo a Peppa talvez seja a primeira personagem em anos, depois de uma era em que existia o malvado Pica-Pau e o traído Popeye, a mostrar a vida como ela é, cheia de crianças mandonas e cheias de birra. Até o pobre Papai Pig foi atacado, como um “estereotipo sexista do pai que trabalha e não se envolve com a família”. Coitado do Papai, ele nada mais é do que o espelho da maioria dos pais de família brasileiros, ingleses, alemães e et cetera que somos, sempre fomos e sempre seremos (e queremos ser).

Eu lembro que quando era pequeno, era comum ser conduzida uma experiência caseira em que se colocavam 3 ossos de galinha num copo americano cheio de refrigerante. Cruelmente, em alguns dias esses ossos eram corroídos pelo líquido malvado, negro e capitalista. Esse mesmo líquido horrível iria corroer nossas entranhas ao bebermos refrigerante e morreríamos definhando. Ora! Quem parar e pensar nunca viu ninguém ser corroído por refrigerante, o mal está em bebe-lo demais. O excesso pode causar obesidade e problemas gástricos que podem causar problemas de saúde, mas nossos ossos nunca foram diluídos, até porque não dormimos embebidos numa banheira de “refri” e nossos ossos são mais fortes que os de galinha (ainda bem para ambos).

O paralelo aqui é para que todos que pensam que a Peppa vai destruir ou prejudicar seus filhos, para mim a verdade é que isso não é real. Talvez o excesso de tevê nos adoeça, assim como o excesso de qualquer outra coisa. É preciso ter medida, dar essa noção aos pequenos, explicar como são fabricados os refrigerantes, o que são os desenhos animados e a sua diferença perante “vida real”, isso é educar. A escolha hoje é nossa, mas amanhã será deles. Banir a criança de assistir algo ou fazer qualquer coisa de forma impositiva é inútil, um dia ela vai crescer e vai provar tudo o que lhe foi proibido, e sem saber direito o porquê, sem conhecer o objeto e sua medida, talvez acabe dormindo numa piscina de refrigerante assistindo uma maratona de um desenho animado vintage chamado Peppa Pig. E vai ficar tudo bem, papai, tudo bem.