segunda-feira, 28 de abril de 2008
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Yes! Nós temos banana, água e petróleo

terça-feira, 8 de abril de 2008
Sobre o turismo e a nobreza
domingo, 6 de abril de 2008
O meu livro de matemática da 8ª série

Gosto muitíssimo de cinema, mas sempre fui um adorador da crítica, o papel da crítica é reconstruir de uma forma provocante o pensamento. Amigo meu e ex-professor, Toni, me contou esta semana que deu uma aula propondo uma constante crítica aos modelos dos gurús da administração, e como inventou a Harvard Business School, o método de estudo de caso, sim essa é uma forma de análise que não dá sono. O que acontece de errado em muitos casos é uma generalização de soluções e todo mundo tá careca de saber que o que serve hoje pode não servir amanhã, o que serve aqui pode não servir lá e por aí vai. O grande lance das soluções baseadas em modelos e do que pregam meus ex-professores é que muitos dos problemas têm fundamentos muito mais simples do que parecem se a análise for feita com um olhar no resultado das falhas a serem reparadas e não com base em casos de sucesso sendo copiados literalmente, aí mora o perigo da caixinha mágica que sempre ficaremos tentados a comprar de consultorias por mais cara que seja. A realidade é que mesmo sendo provocado a viver face-to-face com o mercado e duvidar das teorias básicas de administração e de simples modelos matemáticos, se tende a enxergar nos gurús e seus estudos de caso uma nova forma da teoria ligada fortemente à prática, mas o vazio causado pelo exemplo distante ou pela generalização aumenta a chance de se destruir a solução. Entre o livro do gurú e um livro de matemática da 8ª série, sempre vai dar mais sono, mas o da 8ª série parece ter um abismo de oportunidades de geração de soluções muito mais paupáveis.
Foto: Artista do 'Teatro de Fogo' de Belarus treina manobra em Minsk - Vladimir Nikolsky/Reuters
quinta-feira, 3 de abril de 2008
O refinamento do feminismo brasileiro
O Fundo Federal em Defesa dos Direitos da Mulher deve receber R$ 500 mil da equipe do Furacão 2000, sim aqueles do "Furacão 2000, o melhor do Brasil". Os funkeiros contraíram a dívida depois da condenação pela letra do funk que dizia "um tapinha não dói", e agora?
Bom, agora eu diria que ficam proibidos os tapas. A sentença me lembrou dos juízes do "futebol é coisa para macho", ou do "mulheres inferiores e submissas" e as compara com Eva, do Adão, na discussão da Lei Maria da Penha. Ele afirma que o tapinha "causa dor física na vítima, além do abalo psíquico decorrente da humilhação que o gesto em si constitui". Isso centra qualquer discussão numa lacuna absurda, primeiro que discutir letra de música já é uma coisa completamente escalafobética e segundo que o Fundo em Defesa dos Direitos da Mulher não deve ter muito com o que se preocupar, pois perder tempo com a letra do funk do Furacão 2000 é dose.
Quem deve tá morrendo de medo agora é a Tati Quebra Barraco, vão censurar a Quebra Barraco! Imagine as manchetes "Tati Quebra Barraco pede desculpa pela letra de seu funk que falava do fogão Dako", aí o juíz diz "porque Dako é marca de fogão, fere a propriedade da marca e ela diz que Dako é bom, mas eu julgo que Dako é ruim". E o cara do "créu"? O "tapinha" levou sete anos para ser condenado, o "créu" que aguarde alguma dessas organizações-não-governamentais-pelos-direitos-de-alguma-coisa pois o dia dele vai chegar.
E o bom andamento da Justiça agradece um processo tão importante para a sociedade como esse. Não sei se o "tapinha" dói ou não dói, mas R$ 500 mil dói, esse eu tenho certeza que dói demais.